Que importa que, entre nós, haja silêncio,
nessas travessas - turbilhões de festas de rua,
se o bem-querer é ruidoso por dentro,
trincando em cacos os resumos de nós.
Chamei-te à varanda,
a ver a marcha que passa,
já que nós mesmos, apagados,
dançamos sem som e sem luz, quietos.
Recostemo-nos!
Na balaustrada, no cimento,
essa dureza da épica casa velha,
esse arremedo de nós mesmos, gelados.
Tão aqui e distantes,
juntos e diagonais,
postos, prostrados,
enquanto a maldita banda passa.
E, como a vida, ela curva na esquina,
entramos na casa, de volta,
nos olhamos, nos cheiramos,
ainda somos mudos e opacos.
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