Pensou o quão amado, carinhoso e bom o outro era. E ele ali, retificando motores surrados; morando de aluguel numa casa três cômodos; com um filho nos braços que lhe pedia, dia sim e outro também, para ver Miguel. Não tinha nada. Não tinha mesmo? Achava que não. E a oportunidade, Miguel? E o mundo todo ao seu entorno, exigindo, maltratando, incitando a piedade e a misericórdia dos outros? O mundo era uma esfera caótica e sem janelas, com um medo persistente que nos faz rilhar os dentes de caos. Ninguém podia lhe negar isso. Era tudo muito evidente.
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