terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Pensamento autêntico

É comum que as pessoas, principalmente os filósofos, elaborem uma ética para os outros. Mas como?- pediria você- Se ao menos sabem os porquês das pessoas, tão plurais. Esta é uma boa pergunta, filosoficamente falando. Perceba você o que é a ética: é a exigência do pensar antes do agir, basicamente. Se tal postura deve ser anterior ou posterior à ontologia, por exemplo, não cabe aqui analisar. Mas já com aquela primeira ideia se tem, ao meu ver, um estupro, uma intromissão, um não consentimento. Ora, uma ética para os outros. Ora uma forma pela qual as pessoas conduzem as suas ações.
Tenho para mim que se alguém propala algo dessa natureza, ou ela tem desejos espúrios, elitistas ou é extremamente burra. Burra porque exige o pensar para o exercício moral, mas o dispensa quando da auto-crítica. Todavia, a culpa talvez esteja na formação que se tem. Na formação, culturalizada principalmente na Europa e América do Norte, de que o pensar vem antes de tudo; de que não há, como quis T. de Aquino, uma conciliação eficiente entre fé (leias todas as matrizes não racionais) e razão. Há sempre uma ideia preponderante e é racional. Nós, que também temos nossa parcela de burrice, idiotice ou ingenuidade - depende de nossa posição na vida e face a ela - achamos bonito espraiar alguns conceitos - mitos, na verdade - que reduzem o poder da intuição, dos sentimentos, da fé, dos desejos, para nos dizermos racionais. Esse "racional" só tem semelhança com a racionalidade iluminista, anti-natureza, anti-sociedade e egoísta, patrocinada por um bando de filósofos, não raro bancados por heranças gordas ou pelo próprio Estado.
Ora, e o pensamento autêntico?
Essa ideia muito desagrada. Afinal, tudo são paráfrases imbecis. Isso mesmo: as dissertações que nos estão disponíveis são imbecilizadas, infantis e nem mesmo para a ciência, que criou o circo, esses palhaços fazem o menor sentido. Eu também não sei o que é ideal nesse contexto, mas a chave é a autenticidade do pensamento. Não se deve acreditar que é arrogância pensar que existem trabalhos-lixos. Não é, eles são, eles existem; eles estão aí, tirando o lugar nos sistemas de catalogação.
Um dia escrevo mais sobre isso.

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