Ismália me escreveu ontem.
disse que vinha do céu, doçura…
Que tudo que não vejo é bom,
E também assim o sucumbir e morrer.
Longas linhas trajeitosas,
Longos traços de minha Ismália.
Ismália, aquela que me escreveu ontem,
Disse que vinha do céu, doçura…
‘Não é loucura, meu amado,
Não é loucura o que puseram em mim,
é dor de sentimento,
é medo de sentimento e me mataram.
Já não sonho mais com a torre,
e, assim, com o céu que na torre há,
Quando será? quando será?
A lua viu tudo bem de quieta.’
E quando leio-te, Ismália,
meus olhos assaltam meu coração,
já não vejo letras, Ismália,
vejo-te manchada de lágrimas.
Acaso não voltas à torre?
e ao teu céu e tuas asas?
Decerto virá segurar-me a mão,
para que também eu rufle meu alado.
E, tal como tu, também eu nunca morra,
e assim também não o meu sono e sonho,
assim como tuas linhas findam, Ismália,
acabou-se o meu desejo de torre.
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