sábado, 25 de agosto de 2012

A poesia não tem, como regra, a intensão de anuviar a realidade. Não se presta, com isso, a acobertar o fato social e a dominação, mas situa a sua força justamente no sentido reverso, que é o da liberdade e desvelamento. Isso de retorquir as palavras é um arguto sistema técnico que tão somente a distingue enquanto gênero literário. A poesia, sempre focando também a transformação social, é, como toda a arte, um imaginário livre e que não encontra modelos ou vaidades. É tão somente, repisa-se, uma liberalidade do espírito e não da inteligência. É, afinal, um passeio pela ocasião e sensibilidade, mas cujo fruto é do mundo, como uma consequência lógica do seu processo de formatação. A poesia é livre, porque livres são os Homens.

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