sexta-feira, 24 de junho de 2016

Violeta Russa

O endereço.
- Joaquim Cavalhada, 263.
O bordelzinho vagabundo da Treze de Julho chiava, abarrotado de mulheres-machos sim senhor.
O nome.
- Pedro Taranco.
Taranco?
- É pseudônimo. Homenagem ao Palácio Taranco.
O oficial havia de querer o nome certo.
- Ah, esse é Joaquim Cavalhada.
O mesmo da rua?
- Netto! Joaquim Cavalhada Netto. Só Joaquim Cavalhada é meu avô. O dono da rua.
Palácio Taranco?
- O senhor é meio sem cultura, pois? Teatro San Felipe? Sabias?
O oficial era, de fato, sem cultura.
- Pois bem, um palácio da 25 de Mayo.
O oficial era, de fato, sem cultura e, com isso, foi chamar o delegado. Era um gordo folgado comedor de alfajor água-gelada.
- É como eu disse.
A giratória do delegado rangia com tanto peso e impaciência. Para o oficial pediu ele está bêbado e este respondeu não está, já testamos.
- Bebo às quartas-feiras depois das seis. Hoje é sábado depois das oito, pois.
E o que foi, então? Pediu o delegado.
- Foi o que sempre é. Que sempre há de ter sido, naturalmente. Uma brincadeira. Inocente, veja o senhor.
O delegado quis saber por que roleta russa era inocente.
- Roleta não, violeta russa.

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