O trem, escorregadio,
ligeiro em cima do aço, tão duro que me parece,
o aço, não o trem de aço
me deixa na porta de casa.
Mas não me deixa inteiro,
sadio e completo.
Me reduz, é verdade,
à cada estação, todo momento.
E, sob meus pés,
tão doidos do caminho que não fiz,
o chão estremece ruidosamente, cedendo,
como as garras do trem naquele aço de antes.
Vejo, no trem que refiro,
que as pessoas me olham,
incrédulas, por completo.
Acham que apenas estou ali, paciente.
Ora, pobre deles,
pobre de mim, de nós,
triste é o aço atordoado,
um após um, dos vagões: indiferentes.
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