segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Ora, Átila.

Rodou os calcanhares do balcão em direção à porta. Poucas mesas- todas lotadas- se punham entre ele e a saída. Em sua maioria, todos bêbados, roucos e queixosos das esposas. Um que outro exibia a solidão. Um cheiro odioso levantava do chão sujo. Pó, rum derramado e cinza de cigarro dava o sabor da madeira surrada que cobria toda a taberna. Era um péssimo lugar para se estar, mais para um oficial do Ministério da Guerra. Talvez service melhor aos pastores do Ministério da Fé, mas a um 'todo cheio de honraria aos ombros'? Ele mesmo não fazia essas parcas reflexões, decerto que não pensava assim. Mais alguns passos e alcançou o breve rol. Fez menção de girar a taramela, mas um afago nas costas o fez voltar-se. Não fora um afago próprio, mas um catuque na espádua. Foi amistoso, mas irritante. Átila apenas baforou levemente e fitou aquele homem fedido. Coisa de não dar mais atenção que isso. - Jovem tenente, um obséquio!- disse. Aquele olhar profundo incomodou um pouco o oficial. Retesou-se. Ao invés de um 'que que é?', apenas armou as sobrancelhas. O velho fez uma leve rotação na cabeça e disse: - Toma isto!, e alcançou-lhe um palheiro. Átila aliviou-se, baixando o semblante. Finalizou: - Ah, obrigado. Meu cigarro, ia esquecendo. Foi-se, então, embora.

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